segunda-feira, 10 de junho de 2013

Diário de Bordo: Apenas uma fase...

A vida é cheia de fases, eu nunca imaginei que gostaria tanto de chegar a fase adolescente. Me lembro desde de pequena, de assistir àqueles filmes teens, com as adolescentes mandonas, patricinhas e afins, aquilo era meu paraíso, a adolescência era, para mim, um mundo intocável, cheio de novos caminhos.

As vezes, a adolescência é caracterizada por problemas, todos os tipos de problemas, de A a Z, é a fase de se cometer erros, fazer burradas e destruir vidas, bem, eu preciso discordar, a adolescência é um meio diferente de se enxergar o mundo.

Há intensidade em cada sentimento, somos levados ao extremo de nós mesmos, acreditamos em histórias que não são reais, enxergamos uma beleza que ninguém conseguiu ver ainda, sentimos cada emoção exposta diante de nós, seja ela dor, tristeza, amargura, ansiedade, angústia ou alegria, euforia, fé, persistência, amor e somos inteiramente constituídos por esperança.

Mudamos de humor constantemente, passando da alegria para uma amargura singularmente grande, e por mais inacreditável que pareça, não conseguimos explicar. Somos invadidos pela sensação de dor, um aperto no coração tão doloroso que mal conseguimos respirar, talvez aquele vazio apareça sem avisar, e as lágrimas rolem sem um motivo específico, como se elas apenas precisassem estar ali, mas no final, vamos erguer a cabeça, sorrir e dar um passo de cada vez, mesmo que a dor sem motivos apareça novamente, a nossa vontade de seguir em frente é mais forte.

Os adolescentes enxergam o mundo por um ângulo completamente diferente, para nós, o mundo é um lugar muito grande, cheio de perigos, aventuras, escolhas, perdas, mágoas, vitórias, ele pode nós fazer sentir medo de enfrentá-lo, podemos hesitar, mas queremos desvendá-lo, conhecê-lo, integrá-lo, queremos fazer parte daquilo, e de repente, nosso medo se torna um pequeno floco de neve em uma montanha coberta de milhares de pequenos flocos de neve. A nossa forma de enxergar o mundo é como apreciar uma obra de arte abstrata, cada pessoa irá interpretá-la de uma forma.

Apesar disso tudo, a minha parte preferida de ser adolescente são as emoções, é poder sentir cada emoção em seu ponto mais elevado, é sentir raiva ao extremo, e ao mesmo tempo se sentir completamente feliz ao extremo, é conseguir absorver toda a magia que os livros me passam, é acreditar sempre nas melhores coisas ou no final feliz que assistimos nos filmes, ou talvez chorar dolorosamente ao ouvir aquela música melancólica e não saber ao certo o motivo, é terminar o último episódio daquela série e ser tomado por um vazio, uma solidão inexplicável, são pequenas coisas que eu acredito serem necessárias, é algo que não conseguimos conter, a minha adolescência é formada por sentimentos, e eu amo viver um por um, talvez até mesmo ao pé da letra.

Nós sempre queremos estar uma fase à frente, quando criança queremos ser adolescentes, quando adolescentes queremos ser adultos, mas hoje eu não sei dizer se quero ser adulto, eu ainda tenho medo desse mundo, tenho medo do que há nele, mas há algo dentro de mim que fala mais alto, que grita mais alto do que minha própria voz, algo que diz apenas para eu viver, esse algo repete a frase filosófica do filme Detona Ralph: Um jogo de cada vez. A adolescência, as vezes, me parece uma fase estranha, cheia de poréns que eu jamais irei entender, mas há mais nessa fase do que alguns pensam, eu posso dizer que ela é um caminho para um mundo diferente, um mundo só nosso, totalmente confuso, porém, intenso. É a fase dos medos, dos sonhos, das incertezas, das lágrimas, entretanto, é a fase que te faz acreditar que todo o resto vale a pena.



*Essa semana eu conversei com uma pessoa que tinha uma visão limitada sobre os adolescente, caracterizando-os como pessoas problemáticas, necessitadas de atenção e com nenhum interesse na vida, isso me levou a pensar muito no assunto, então eu acho que precisava divagar um pouco...



Larissa Mirandah

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