segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Diário de Bordo: Aviso...


Algumas pessoas não gostam muito de pensar no futuro, preferem viver o presente, e sim, eu concordo com isso, entretanto, eu paro muitas vezes e fico imaginando como será a minha vida daqui alguns anos, principalmente no fator profissional, isso é algo com que eu me preocupo muito.

Eu sou uma pessoa muito estudiosa, tudo bem, eu sou uma nerd assumida quando o assunto é esse, eu faço questão de tirar notas impecáveis, fazer todos os trabalhos, projetos, provas, testes, eu faço questão de dar o melhor de mim, e quando surgem oportunidades que podem alavancar o meu futuro, eu não posso perder a chance, mesmo que isso afete algumas áreas da minha vida.

O que eu estou tentando explicar é que, surgiu a oportunidade para vários alunos cursarem o Ensino Médio em um colégio melhor, com um ensino avançado e que pode me beneficiar em muitos pontos no futuro, contudo, para que eu consiga estudar lá eu preciso passar na prova que ocorrerá em Dezembro, sendo assim, eu preciso estudar loucamente, e eu preciso tentar, esse tipo de situação não pode ser deixada de lado, é algo importante, algo que pode moldar todo o meu futuro, eu preciso tentar.

Meu aviso é que talvez as postagens do blog diminuam um pouco de ritmo, eu não deixarei de postar as resenhas semanalmente, mas será um pouco mais difícil escrever os outros posts, comentar assiduamente nos blogs que eu tanto amo, e estar presente por aqui, todavia, isso é apenas uma possibilidade, se eu conseguir me organizar para estudar para a prova, cuidar do blog, continuar com as leituras, e ainda manter meus estudos do colégio em ordem, bem, então eu estarei completamente feliz, eu tentarei fazer o impossível para dar tudo certo, mas achei que deveria avisar vocês, se Deus permitir vai dar tudo certo, e as coisas vão andar direitinho, inclusive o blog, que eu já amo tanto. Espero que vocês entendam.

Larissa Mirandah

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fallen - Lauren Kate

Título: Fallen
Título Original: Fallen
Autora: Lauren Kate
Tradução: Alda Lima
Editora: Galera Record
Ano: 2009
Páginas: 406
Série: Fallen #1
Sinopse:
"Algo parece estranhamente familiar em relação a Daniel Grigori. Solitário e enigmático, ele chama a atenção de Luce logo no seu primeiro dia de aula no reformatório. A mudança de escola foi difícil para a jovem, mas encontrar Daniel parece aliviar o peso das sombras que atormentam seu passado: um incêndio misterioso - que provocou a morte de seu namorado - levou Luce até ali. Irremediavelmente atraída por Daniel, ela quer descobrir qual é o segredo que ele precisa tanto esconder— uma verdade que poderia matá-la. Algo que, em suas vidas passadas, Daniel não conseguiu evitar. Excitante, sombrio e romântico Fallen é, ao mesmo tempo, um thriller vigoroso e uma inesquecível história de amor."


[Sinopse retirada do site da Livraria Saraiva]


Eu sou uma pessoa curiosa, quando eu comecei a ler tantas resenhas negativas de Fallen, fiquei mais atraída ainda para ler o livro, eu nunca pensei em compra-lo, mas eu tinha uma vontade imensa de descobrir o motivo de tantas pessoas o criticarem, e quando tive a oportunidade de pegá-lo emprestado eu não hesitei.

Coisas estranhas acontecem com Luce, coisas sem explicação, coisas que ninguém mais vê, e depois de um incidente, as pessoas passam a acha-la perturbada e louca. Graças a isso, ela é mandada para um internato para adolescentes problemáticos, e lá as coisas se tornam ainda mais estranhas, sem contar a sensação familiar que tem a respeito de Daniel Grigori. Há mais segredos nessa história do que podemos enxergar...

Eu vou logo esclarecer algo, eu não odiei o livro como muitas pessoas, tampouco amei e o coloquei entre os favoritos, ele ficou no meio termo. Eu fiquei com a sensação de que a Lauren poderia ter explorado sua história de outra forma, eu senti um enorme vácuo quando terminei, pois, ao mesmo tempo que ela revela alguns fatos, ela não conta absolutamente nada, e isso me irritou profundamente. Em minha opinião, o mistério que há em uma história precisa ser dosado, nem demais, nem de menos, e a Lauren não soube fazer isso. Ao ponto que ela nos explica alguns fatos, ela dobra o número de coisas que não foram esclarecidas.

Outra coisa que não me agradou foi a Luce, alguém me explique qual é a razão de se criar personagens chatas e que ficam obcecadas com o mocinho? Tudo bem, eu entendo que ali há alguma coisa, no final nós entendemos a atração natural que ela tem por ele, mas era necessário mesmo todas as loucuras que a Luce fez apenas para satisfazer o desejo de saber mais sobre ele? Daniel Grigori é outro personagem que me deixou incomodada, o humor dele é meio instável, em um segundo ele está ao lado da Luce, e no outro ele está fugindo dela, eu demorei a entender esse rapaz, e mesmo quando descobri a explicação para isso, não achei válido. Muitas perguntas ficam sem respostas.

Agora vamos ao lado bom do livro. Com exceção desses protagonistas singulares e que me incomodaram, eu adorei os outros personagens, e destaco dois: a Ariane e o Cam. Eu fiquei apaixonada pela Ariane assim que ela apareceu na história, meio louca, atrevida, insolente e divertida, ela agia impulsivamente e falava cada coisa que me deixava mais admirada com ela, essa garota é uma personagem realmente diferente. O Cam é muito misterioso, eu desconfiei dele o livro inteiro, entretanto, eu não sabia o que pensar sobre ele, toda aquela aura sombria, cheia de segredos, isso me deixou encantada, e no final, eu fiquei surpresa.

O mistério que rodeia o casal principal é interessante, a mitologia, os segredos e mistérios do lugar e das pessoas que estão ali me deixaram muito curiosa, e eu admito que levei a leitura adiante apenas por isso. O final estranho que a autora criou me deixou meio perdida, e por um segundo eu desejei loucamente ter a continuação comigo. Confesso que o está me levando a querer continuar a série é apenas minha curiosidade louca, a autora deixou tantos mistérios no ar que eu quero descobrir todos eles, eu quero entender tudo que o Daniel não revelou, eu quero saber mais sobre os seres apresentados nesse livro, e é apenas isso. Lauren Kate ainda não conseguiu me conquistar, mas eu darei outras chances.

A diagramação do livro é simples, mas bonita, com alguns arabescos delicados no começo de cada capítulo, a capa é incrível, quando você passa os dedos sobre ela tem a sensação de que é aveludada, a garota na capa é perfeita, a floresta atrás com todo o ar sombrio é majestosamente incrível, e passa uma ideia adequada da história, e eu não encontrei nenhum erro na revisão.

Não espere um livro perfeito, que vá te deixar apaixonado pela continuação, apesar de não ter sido atraída de primeira pelo livro, eu tenho que aceitar o fato de que sim, eu gostei do livro, é uma história meio fraca, com algumas partes cansativas, mas se você for como eu, e adora tirar as próprias conclusões sobre livros que dividem opiniões, então vá em frente, vale a pena tentar, quem sabe não acontece o oposto comigo, e você se apaixona pela história? 

Larissa Mirandah

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Diário de Bordo: Fazendo a diferença...


Você nunca pensa muito na diferença que você faz na vida das pessoas, eu nunca parei para analisar isso, mas vou tentar explicar. Eu sou uma pessoa ciumenta, odeio emprestar meus queridos livros, toda vez que decido emprestar algum deles, eu entrego o livro com o coração nas mãos e praticamente ordenando nas entrelinhas que a pessoa o devolva o mais rápido possível e em perfeito estado. Pode até parecer meio egoísta, mas nós sabemos que ninguém sabe cuidar de nossos livros como nós mesmos, por isso, o medo invade, e ao mesmo tempo que queremos disseminar pelos quatro cantos do mundo o quanto tal livro é bom, a angústia de emprestar um livro é gigantesca, entretanto, as vezes você precisa esquecer essa atitude. 

Há poucos meses, eu decidi emprestar alguns dos meus livros, apenas para as pessoas que confio e sei que irão cuidar dos meus bebês, e sabe aquela sensação maravilhosa quando a pessoa aparece com aquele sorriso enorme no rosto dizendo que amou o livro? Quando alguém te liga no meio da madrugada apenas para contar que chorou horrores com a história? Quando ela conta que pagou muitos micos no curso rindo disparadamente da personagem? Quando alguém te abraça com os olhos brilhando e dizendo que está apaixonada por tudo que leu?  Ou quando a pessoa vira para você e diz que está lendo uma página por dia para que o livro não acabe depressa? Isso tudo não tem preço.

Que leitor nunca sentiu uma vontade absurda de sair gritando para qualquer um ouvir que aquele livro é dolorosamente perfeito? Eu sempre sinto isso, e poder conversar com alguém que sente o mesmo é sempre incrível, vocês discutem, debatem, tem ataques histéricos por motivos de tal personagem, e choram abraçados graças a morte de outro, as vezes, só de olhar nos olhos da pessoa que leu aquele livro você já entende o que ela está passando, porque é um sentimento mútuo, é algo que ultrapassa obstáculos monumentais, a leitura faz isso, e acreditem, ela faz a diferença.

Quando alguém me pede alguma recomendação, meu sorriso se alarga e eu começo a tentar decidir qual dos muitos livros eu recomendaria, sempre ouço com atenção quando alguém vem me contar o que achou do livro, a pessoa sempre me pergunta no final se eu a acho louca por ter se sentido de tal forma, e eu apenas sorrio, porque eu sei o que elas estão sentindo, eu sinto isso, e talvez essa loucura seja uma virtude da leitura.

Hoje eu ouvi o maior elogio que eu poderia ouvir, um amigo me disse que quando as pessoas estão perto de mim, elas sentem uma vontade enorme de crescer, de saber mais, de ler mais, ele disse que eu faço isso com as pessoas, que eu as influencio, muitas vezes indiretamente, a mergulhar nesse mundo vasto e maravilhoso da literatura, que ao me verem com um livro nas mãos, elas também sentem a vontade de estar com um, de saber o que eu estou sentindo, eu fiquei emocionada, não estou me vangloriando de nada, apenas fiquei feliz em saber que, sem querer, eu faço a diferença, uma pequena diferença, mas eu faço.


No fim das contas, eu percebi que o melhor presente que eu posso oferecer nesse mundo para qualquer pessoa são as palavras, na maioria das vezes elas são suficientes, e da mesma forma que podem destruir vidas, elas também podem salvar muitas outras. Ouvir das pessoas que você muda vidas através das palavras é o melhor presente que alguém pode ganhar. Uma vez, meu professor de ensino religioso nos perguntou se, durante toda a nossa vida, tínhamos feito algo que mudou a vida de alguém, bem, agora eu tenho uma resposta...

Larissa Mirandah

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A Batalha do Labirinto - Rick Riordan

Título: A Batalha do Labirinto
Título Original: The Battle of the Labyrinth
Autor: Rick Riordan
Tradução: Raquel Zampil
Editora: Intrínseca
Ano: 2010
Páginas: 392
Série: Percy Jackson & Os Olimpianos #4
Sinopse:
"O Monte Olimpo está em perigo. Cronos, o perverso titã que foi destronado e feito em pedaços pelos doze deuses olimpianos, prepara um retorno triunfal. O primeiro passo de suas tropas será atacar e destruir o campo de treinamento dos heróis, filhos de deuses com mortais, que desde a Grécia Antiga combatem na linha de frente em defesa dos olimpianos. Para assegurar que esse refúgio de semideuses - o Acampamento Meio-Sangue - não seja invadido, Percy Jackson e um jovem ciclope, ambos filhos de Poseidon, Annabeth Chase, filha de Atena, e Grover, um sátiro, são destacados para uma importante missão: deter as forças de Cronos antes que se aproximem do acampamento. Para isso, será preciso sobreviver ao emaranhado de corredores do temido Labirinto de Dédalo - um interminável universo subterrâneo que, a cada curva, revela as mais aterrorizantes surpresas."

[Sinopse retirada do site da Livraria Saraiva]

Esse livro consolidou meu amor por essa série. Se eu conseguisse escolher um livro preferido dessa série, eu tenho plena certeza de que seria esse. Depois de tudo que eu passei nos outros livros da série, depois das várias histórias da mitologia grega que o Rick me ensinou, depois de ter me apaixonada por praticamente todos os personagens, depois de ficar sem fôlego com o último livro, A Batalha no Labirinto vem para me mostrar que a surpresa é sempre maior do que eu espero.

O Acampamento Meio-Sangue está em perigo novamente, entretanto, dessa vez a situação está bem maior. Nossos heróis precisarão enfrentar os mistérios e segredos que estão escondidos no Labirinto projetado por Dédalo para tentar impedir o ataque das forças de Cronos, que está mais forte a cada dia. Falta apenas um ano para a profecia ser completada. Mas a vida amorosa de nosso garoto parece mais confusa que o ataque iminente de seu inimigo. Como lidar com tudo isso?

Eu sou apaixonada por arquitetura, fico encantada com as antigas construções e feitos dos gregos, e desde que eu conheci a capa desse livro, o Labirinto é a palavra, imagem e fator que mais me atraiu, bem, antes de começar a ler a série, depois eu fiquei mais interessada ainda em saber o que meus heróis encontrariam ali, e como o Rick é sempre uma caixinha de surpresa, a minha imaginação vagou rumo a outro nível, e eu estava como a Annie, perdidamente apaixonada por essa estrutura.

Grande parte da história se passa dentro do Labirinto, e algumas pessoas devem se perguntar o que ocorre dentro de um labirinto por tanto tempo, o fato é que, desde a época em que o labirinto foi construído, ele veio crescendo através dos tempos, e se tornou enorme, a missão de nossos heróis é encontrar uma forma de impedir que as tropas de Cronos invadam o Acampamento por meio de uma passagem que há no labirinto. Os seres mais surpreendentes cruzam o caminho dos semideuses, o labirinto guarda armadilhas ardilosas que podem dificultar um pouco a caminhada de nossos heróis, e deixar todos os leitores torcendo loucamente para que tudo dê certo, mas a sorte nem sempre está a favor dos semideuses.

Na área de mitologia, eu cito novamente uma das melhores coisas nas histórias desse autor, ele escreve as histórias da mitologia grega modificando algumas coisas para se adaptar a sua história, muitas vezes eu parava e lia a história verdadeira, e preferia a história do Rick mesmo, esse homem é muito criativo. O Labirinto foi criado por Dédalo, portanto, sua história estará sempre ligada ao filho de Atena, sendo assim, durante a história, somos presenteados com um pouco de sua história, e eu confesso que fiquei encantada com tudo isso. Dédalo criou o Labirinto e depois foi aprisionado lá dentro, e eu me recuso a contar mais alguma coisa.

Os personagens permanecem praticamente os mesmos dos livros anteriores, o incrível é você perceber o amadurecimento deles, alguns aparecem mais, outros somem temporariamente da história, mas ninguém perde o seu brilho. Eu tive alguns ataques de fofura com Percy e Annabeth . A Rachel aparece bem mais nesse livro, e apesar de muitas pessoas a odiarem com um argumento infundado, eu adorei ela, essa personagem é totalmente diferente, ela é meio crazy, divertida, e pode acabar dando alguns problemas para nosso Cabeça de Alga, e para uma Annabeth muito furiosa.

O Rick começa a nos preparar para o seu final épico, ficamos naquela angústia para saber o que finalmente vai acontecer, não espere algo clichê, esse autor sabe o que tem em mãos, e eu acabei aprendendo a não duvidar dele. A Batalha do Labirinto atinge o ponto alto da série, as emoções estão em cada página, as dúvidas, as incertezas, mas ainda assim, a coragem de nossos heróis, eles estão dispostos a lutar pelas suas vidas, mas quem tem a certeza do futuro? Nossos heróis não sabem o que lhes aguarda, eles não em certeza do dia de amanhã, mas de uma coisa eles estão cientes, a luta é algo iminente, e eles não irão fugir dela. 

Larissa Mirandah

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Sacudidora de Palavras


Talvez seja difícil escrever esse texto, talvez eu não chegue nem mesmo perto do que eu quero dizer porque eu não sei ao certo se existem palavras suficientes para descrever algo tão especial quanto os livros, a verdade é que quando eu decido falar sobre eles, as palavras somem, ficam engasgadas em minha garganta, porém, eu acredito que não exista uma palavra capaz de definir os livros, não mesmo, existem muitas, milhares de palavras, mas parece que no momento, nenhuma delas é incrível o suficiente.

Quando você está lendo um livro é mais do que adquirir conhecimento, enriquecer seu vocabulário, esse argumento já foi muito usado, vamos mudar um pouco: é mais do que apenas ler, quando você decide começar a ler um livro é como se você estivesse decidido a mudar sua vida, porque é isso que acontece, você pode começar inocentemente, mas chega um momento em que a opção de sair intacto da história desaparece, e você não tem mais o direito de fazer essa escolha.

Eu gosto de sentir ao extremo todos os sentimentos que os livros exalam e despertam em mim, dizem que isso ocorre devido a intensidade dos meus sentimentos por se encontrarem na adolescência, e se isso for verdade, por favor, eu não quero crescer. Eu choro facilmente com um livro, e eu confesso que gosto disso, eu gosto de saber que o livro me alcançou de tal forma que afetou meus sentimentos, quando ele deixa os mais fundos buracos em meu peito, e me faz acreditar que a minha vida jamais será a mesma, que nada mais é igual, que o mundo é diferente, que as pessoas são diferentes, e são entre as lágrimas e soluços que eu descubro o quanto o livro é incrível, e eu desejo no fundo do meu coração, com uma esperança infinita, um dia viver aquilo, ou algo parecido.

Quando você termina um livro, é como perder o chão, você passa algumas horas em choque, e talvez até alguns dias com a sensação de que nada é como aquilo, que nada irá superar aquela história, é inevitável, mas o que vem depois é melhor ainda, a sensação de saber que você leu uma história incrível, saber que ela mexeu com seus sentimentos e mudou algo dentro de você, eu me sinto bem, como se tivesse sido acolhida por aquela história. Talvez esse texto não faça muito sentido, talvez ele esteja incoerente, mas os meus sentimentos também são assim, incoerentes diante do mundo real, porém, palpáveis no mundo das palavras.

Livros também salvam vidas, a Liesel Meminger me ensinou isso, ela me mostrou que as palavras tem essa força, que não importa a situação que você está, seja a Alemanha nazista, ou um momento qualquer da sua vida, o poder dessas palavras irá perdurar por séculos, essa pequena Sacudidora de Palavras teve suas forças encontradas nessas mesmas palavras que eu leio hoje, se a história é real ou não, se isso é verdade ou não, cabe a nós acreditar, e eu acredito nisso, acredito que tudo que sentimos hoje, muitos outros já sentiram, e muitos ainda sentirão, porque precisa ser assim, somos todos sacudidores de palavras, e inconscientemente, essas palavras salvam nossas vidas! Eu acredito nisso...


Larissa Mirandah

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Menina que Roubava Livros - Marcus Zusak

Título: A Menina que Roubava Livros
Título Original: The Book Thief
Autor: Marcus Zusak
Tradução: Vera Ribeiro
Editora: Intrínseca
Ano: 2010
Páginas: 494
Sinopse:
"Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história, em "A Menina que Roubava Livros", livro há mais de um ano na lista dos mais vendidos do "The New York Times".
Desde o início da vida de Liesel na rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido da sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. 
[...] Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Mas só quem está ao seu lado sempre e testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras, é a nossa narradora. Um dia todos irão conhece-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena."

[Sinopse retirada do site da Livraria Saraiva]

Algumas resenhas atrás eu havia criado um padrão na hora de escrever as resenhas, uma introdução, um breve resumo sem spoilers, e depois eu destacava a narrativa do autor, os personagens, mostrava os lados negativos e deixava bem claro os positivos, e por último, escrevia minhas considerações finais, entretanto, ao sentar para escrever essa resenha, eu percebo que não existe um padrão onde esse livro possa ser encaixado, não existe uma palavra para defini-lo, não existe, e eu vou deixar vocês avisados: não se deixem ser enganados pelas minhas palavras, nada que eu disser aqui sequer poderá ser comparado a obra impecável que esse livro é, apenas.

Liesel vive em plena Alemanha nazista, depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, e depois ser abandonada por ela, a garota é entregue para uma nova família, Hans e Rosa Hubermann, porém, o ponto onde nossa história realmente se inicia é o momento em que Liesel rouba seu primeiro livro, "O Manual do Coveiro", depois disso, toda a história de nossa pequena garota poderá mudar.

Desde sempre eu vejo elogios numerosos dirigidos a esse livro, e sempre disse que queria lê-lo, até que surgiu a oportunidade, e eu embarquei nessa história totalmente desconhecida para mim, eu não havia lido uma resenha, e nem mesmo a sinopse eu conhecia, e eu apenas me surpreendi. Antes de tudo, eu preciso dizer que esse livro é singular em todos os ângulos possíveis e impossíveis, o autor criou uma história que te faz ir do céu ao inferno na mesma frase, ele soube colidir todos os sentimentos humanos em apenas alguns e fez com que eu ficasse desarmada, esperando por um final que não estaria presente naquela história, eu esperava um céu calmo, e o Zusak me ofereceu uma tempestade.

Se há algo nessa história que merece destaque é nossa narradora: a Morte. No começo eu estranhei um pouco a forma como ela narra, mas depois eu comecei a me apaixonar e achar tudo diferente, bonito, poético e doloroso, sim, muito doloroso. Ela não poupa tempo, no mesmo instante em que ela está narrando uma cena com um personagem qualquer, ela já logo nos diz se ele irá morrer, então você passa todo o livro esperando que não seja verdade. A Morte narra o livro de forma ágil, sagaz e ao mesmo tempo dosando as palavras. Você não consegue odiá-la, mesmo sabendo quem ela é, a Morte tem um sentimento muito forte por nós, humanos, ela não sente prazer em fazer o que faz, e muitas vezes você será pego sentindo amor por essa personagem exótica, pois ela é sábia e vê o mundo como nenhum de nós é capaz de ver.

Não me julguem, mas pelas aulas de História que eu já tive sobre a Alemanha nazista, eu formulei o pensamento de que todos os alemães eram nazistas, todos odiavam seres humanos "inferiores", todos eles concordavam com a política de Hitler, e o que eu aprendi nessa leitura é algo que contradiz tudo que eu pensava sobre o assunto, algo que me fez mudar de opinião. Muitos alemães não estavam contentes com a situação da Alemanha, muitos deles eram contra a forma de governo de Hitler, eles também sofriam, não tanto quanto os judeus, mas sofriam, e mesmo que a vontade de agir fosse maior, mesmo que o desejo de ser diferente dos nazistas fosse grande, essas pessoas eram reprimidas, e sofriam castigos por tentarem fugir da política do Führer, essa era a realidade.

Os personagens criados por Zusak são lindamente apaixonantes, eu me apaixonei da mãe rabugenta da Liesel, até o judeu escondido, entretanto, meus olhares são todos de Liesel, Rudy e Hans. Você não consegue detestar nenhum, você dá risada com aqueles mais atrevidos, como o Rudy, se emociona com as atitudes de um pai que ama sua filha, Hans, e se apaixona perdidamente por uma menina que roubava livros que tinha uma visão distinta do mundo. Os personagens desse livro são tão reais quanto possível, e talvez esse seja o motivo do sofrimento.

Enfim, eu disse inúmeras coisas sobre o livro, e estou sentindo que não consegui passar um terço do meu carinho por essa história, eu posso ter começado o livro receosa, posso ter demorado para concluir a leitura, mas se há algo que jamais irei esquecer foram as lições que essa história deixou, e uma delas é que livros salvam vidas, eles são capazes de fazer isso, as palavras tem esse poder. Eu acredito que cada lágrima que eu derramei nas últimas páginas desse livro foi verdadeira, eu senti cada pontinha de tristeza que tomou conta de mim, cada pinguinho de dor que a nossa pequena Liesel sentiu, eu também senti, porque é isso que os livros fazem: despertam nossas emoções. Lembrem-se disso sempre, e mais uma coisa:

"Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler." 

Larissa Mirandah

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Histórias de uma Bienal...

Eu nunca havia ido à uma Bienal do Livro... até agora. No ano passado, eu, na minha inocência, pedi a viagem pro Rio de Janeiro, voltada unicamente para a Bienal do Livro, como presente de aniversário, e eu ganhei, porque o meu pai é incrível, apenas.Só a tive a certeza da minha viagem mesmo no começo da semana passada, eu entrei em um momento de alegria insana e fiquei muito feliz, e daí que eu só teria dois dias pra conhecer todos os pavilhões, blogueiros, autores, e ainda comprar muitos livros? Eu nem liguei pra parte prática da situação, eu fui, e agora posso afirmar com toda a certeza: eu não poderia ter escolhido presente melhor!

Cheguei no Rio sábado (31), no final da manhã, e eu decidi com meu pai que iríamos para o Riocentro só à tarde. Chegamos lá eram quase umas 16h, e eu tive que enfrentar aquela fila monstruosa somente para comprar o ingresso, não me importei nem um pouco, eu mal consegui parar quieta. 

Quando eu finalmente entrei, fui direto para o pavilhão azul, e lá tive que decidir em qual estande iria primeiro, eu pensei na Panini, mas a fila estava tão grande que fui pra Record mesmo, e então imaginem a minha situação lá dentro, com aquelas estantes lindas recheadas de livros desejados, eu tentei pensar com coerência e escolher apenas os mais baratos, mas não deu muito certo, saí de lá com quatro livros. O engraçado foi que eu estava esperando meu pai pagar os livros e dei de cara com a Carina Rissi autografando, me corroí de tristeza pelo livro ter esgotado, esbarrei em blogueiros lá e vi alguns de longe, meu erro foi não ter ido falar com eles, é, ninguém merece minha timidez...


Depois fui na V&R comprar uns livros que minha irmãzinha pediu, no caminho fiquei boba com o tamanho da fila da Intrínseca, acabei decidindo que veria o estande direitinho no dia seguinte, porque gente, que fila enorme! No estande da V&R eu me perdi no meio dos livros de Maze Runner, e decidi que levaria pelo menos o primeiro, os livros estavam até baratos, eu só os achava por mais de 40$ e acabei saindo de lá com Correr ou Morrer por apenas 30$, sem contar que passei um tempão conversando sobre a série com um dos atendentes de lá, ele foi muito atencioso, me contou sobre o labirinto da Bienal de 2011, me explicou algumas coisas sobre a série, e me deu vários marcadores, saí de lá toda alegre. E como já estava tarde, decidi que veria todo o resto apenas no dia seguinte.


No domingo (01), eu e meu pai chegamos lá cedinho, e meu pai foi esperto o suficiente para comprar os ingressos de domingo no sábado, ele é um gênio, eu nem tinha pensado nisso, não enfrentamos fila e eu fui direto pro estande da Intrínseca antes que a fila aparecesse, e saí mais do que satisfeita, no topo da minha wishlist estava Os Heróis do Olimpo, e mesmo eles estando caros lá, eu comprei os três, saí de lá com mais um livro do John Green, Extraordinário com a capa-linda-azul, e a promoção com livros de 2$, 5$ e 9$ estava perfeita, gente, eu comprei Delírio, da Lauren Oliver, por 5$! Resumindo, eu saí do estande da Intrínseca com 9 livros, e gastei apenas 143$, nem liguei de ter ficado sem dinheiro.

[Essa era a fila pra pagar os livros, confesso que vale a pena...]

Como eu já tinha ido na Intrínseca eu estava mais calma, então fui conhecer os outros estandes, o da Seguinte estava o máximo com aqueles vestidos no estilo America e a pilha linda dos livros da Kiera Cass, uma pena mesmo que o livro estivesse tão caro em relação ao que eu pagaria pela internet, acabei saindo de lá sem ele. O estande da Farol também estava majestoso naqueles tons laranja e preto, e o destaque ficou para o livro Morra por Mim com aquela jacket que me fez dar pulinhos. A Panini foi um paraíso pro meu pai que enlouqueceu graças à Marvel , eu fui procurar os gibis da Turma da Mônica Jovem e enfrentei a fila gigante que também tinha ali, mas o estande estava lindo.


Depois eu fui no estande da Rocco, com a esperança quase nula de encontrar os livros que eu queria por um preço bom, primeiro eu olhei Divergente, que eu prometi as blogueiras lindas que puxaram minha orelha que eu leria logo, mas ele estava por 35$, e saí de lá sem o livro e acabei nem olhando os outros que eu queria depois dessa. O estande da Leya me levou às lágrimas, quando eu entrei lá eu vi o Maurício de Sousa, e eu acho que já contei que se hoje sou essa leitora, é graças a ele. Eu vi ele de pertinho e meus olhos encheram de lágrimas, não abracei ele, não ganhei autógrafo, eu apenas vi ele, e me senti a pessoa mais realizada da face da Terra. O estande estava cheio de livros lindos e com uns preços bem legais, uma pena que eu já tinha gastado demais e não podia encher as sacolas ali, infelizmente.


À tarde eu fui direto pro estande da Autêntica para conhecer a Bárbara Moraes, cheguei correndo e não resisti, comprei A Ilha dos Dissidentes e De Volta aos Quinze. Eu entrei na fila pra pegar autógrafo toda feliz, meu primeiro autógrafo seria de uma autora nacional! Na fila acabei conversando com a Iris Fofa Figueiredo, gente, ela é muito mais bonequinha pessoalmente, adorei conhecê-la, foi o abraço mais gostoso que ganhei lá, e mesmo não tendo coragem de falar com os outros blogueiros lindos e fofos que eu também amo, na hora que vi a Iris eu esqueci toda a timidez e acabei falando com ela, valeu a pena. E a Bárbara é outra fofa, ela ficou rindo porque eu sigo ela no twitter, gente, autores nacionais são amor demais, é quase impossível não gostar deles. Livro autografado: eu radiante! Vocês duas tem o meu amor eterno!



E por último o estande da Novo Conceito. Que estande era aquele? Eu entrei lá e fiquei perdida no meio de tantos livros bons, e os preços melhores ainda, eu não vi nenhum livro que custasse mais do que 35$, valia muito a pena sair dali com as sacolas cheias, sem contar que quando entrei lá dei de cara com as autoras Marina Carvalho (Simplesmente Ana) e a Tammy Luciano (Garota Replay e Claro que Te Amo), os atendentes todos fofos, conversavam um tempão com você um tempão, e estava tudo lindo, agora o destaque dele foi a entrada com os livros suspensos, ficou perfeito. Saí do estande quase chorando porque já tinha gastado todo o meu dinheiro...


Outro detalhe é que eu nem dei muita moral quando eu soube que a Alemanha seria o país homenageado, eu não conheço quase nenhum autor alemão, mas na Bienal eu fiz questão de visitar a área reservada para esse país, e fiquei apenas admirando o trabalho lindo que o pessoal fez, tudo muito criativo, uma pena que eu não saiba ler em alemão...


O engraçado é que no meio de tantas filas, daqueles empurrões, das pessoas estressadas e com pressa, eu enfrentava as filas com um sorriso enorme no rosto, é tão gostoso ver tantas pessoas em um único lugar por causa de livros, você faz amizade nas filas, esbarrando em alguém que tentava pegar um livro na prateleira alta, tirando uma foto pra pessoa, ou as vezes, você simplesmente olha para aquela pessoa e sente uma intimidade tão grande, como se esse sentimento já estivesse ali desde sempre, eu me senti assim, na Bienal do Livro eu me senti inteira, completa, eu me senti bem no meio de pessoas que amavam a mesma coisa que eu: livros. É isso que eles fazem com as pessoas: unem!

No fim do domingo eu saí de lá querendo ficar mais, eu saí de lá preenchida por um amor maior ainda pelos livros, eu me senti no lugar certo, eu não fiz tudo que eu queria, nem conheci todo mundo que eu precisava, mas eu sei agora que minha vida nunca mais será a mesma se eu não for em bienais, e eu prometo, deixo gravado aqui, que nas próximas bienais eu irei falar com os blogueiros, eu prometo! É como o Nicholas disse no final do texto dele sobre a Bienal: "E sou super a favor de um mundo onde a Bienal do Rio aconteça de seis em seis meses para que eu possa encontrar esse povo garboso de novo todo ano, just saying." Assinando embaixo, apenas!


Saldo da Bienal
Eu gastei horrores na Bienal, eu meio que não pensei matematicamente e fiz algumas compras meio sem pensar, mas nem ligo mesmo, eu fui feliz e isso sim importa. Tinha muitos livros em conta, mais tinham alguns mais caros que o normal, meu alerta: fiquem espertos! O problema vem na hora de decidir qual livro eu vou ler primeiro, não tenho ideia. Bem eu voltei com os seguintes livros:


  • Diário de Um Bana: Rodrick é o Cara - Jeff Kinney / V&R
  • Diário de Um Banana: A Gota D'Água - Jeff Kinney / V&R
  • Cidades de Papel - John Green / Intrínseca
  • Óculos, Aparelho e Rock 'N' Roll - Meg Haston / Intrínseca
  • De Volta aos Quinze - Bruna Vieira / Gutenberg/Autêntica
  • Correr ou Morrer - James Dashner / V&R
  • Extraordinário - R.J. Palacio / Intrínseca
  • Todo Dia - David Levithan / Record
  • Delírio - Lauren Oliver / Intrínseca
  • Jogador N° 1 - Ernest Cline / Leya
  • Deslembrança - Cat Patrick / Intrínseca
  • A Ilha dos Dissidentes - Bárbara Morais / Gutenberg/Autêntica
  • O Herói Perdido - Rick Riordan / Intrínseca
  • O Filho de Netuno - Rick Riordan / Intrínseca
  • A Marca de Atena - Rick Riordan / Intrínseca
  • Anjo Mecânico - Cassandra Clare / Record
  • Cidade das Cinzas - Cassandra Clare / Record
  • Cidade de Vidro - Cassandra Clare / Record

Então é isso galera, eu só posso afirmar que a Bienal vale a pena, não para comprar livros, isso também, mas a Bienal é o lugar onde os apaixonados por literatura se unem, onde todos estão juntinhos se divertindo, rindo, compartilhando títulos, se abraçando, tirando fotos, a Bienal é um lugar perfeito para ser feliz, isso eu garanto, não existe foto, texto ou vídeo capaz de descrever a emoção que é estar ali, você precisa colocar os pés dentro do evento, precisa ver todas aquelas pessoas para poder sentir essa emoção única, e eu digo: vale a pena! Se tiverem alguma dúvida, curiosidade ou esclarecimento é só deixar nos comentários que eu respondo! E que venha a Bienal de 2014, 2015...

Larissa Mirandah