Título Original: Catching Fire
Autora: Suzanne Collins
Tradução: Alexandre D'Elia
Editora: Rocco
Ano: 2011
Páginas: 413
Série: Jogos Vorazes #2
Sinopse:
"Depois
da improvável e inusitada vitória de Katniss Everdeen e Peeta Mellark nos últimos
Jogos Vorazes, algo parece ter mudado para sempre em Panem. Aqui e ali,
distúrbios e agitações dão sinais de que uma revolta é iminente. Katniss e
Peeta, representantes do paupérrimo Distrito 12, não apenas venceram os Jogos,
mas ridicularizaram o governo e conseguiram fazer todos - incluindo o próprio
Peeta - acreditarem que são um casal apaixonado.
A
confusão na cabeça de Katniss não é menor do que a das ruas. Em meio ao
turbilhão, ela pensa cada vez mais em seu melhor amigo, o jovem caçador Gale, mas
é obrigada a fingir que o romance com Peeta é real. Já o governo parece
especialmente preocupado com a influência que os dois adolescentes vitoriosos -
transformados em verdadeiros ídolos nacionais - podem ter na população. Por
isso, existem planos especiais para mantê-los sob controle, mesmo que isso
signifique forçá-los a lutar novamente."
[Sinopse retirada do site da Livraria Saraiva]
Katniss e Peeta estavam errados ao imaginar que poderiam voltar para suas vidas normais após os jogos, suas atitudes na arena desencadearam revoltas em vários distritos, deixando o Presidente Snow insatisfeito e irritado, agora todos estão em perigo. Katniss precisa lutar novamente para proteger aqueles a quem ela ama, ela precisa utilizar todos os seus recursos, entretanto, talvez nada disso seja a resposta, Katniss terá de voltar para o cenário de seus pesadelos.
Enquanto eu lia esse livro, eu reparei na forma como eu me sentia em relação a ele: quando eu li Jogos Vorazes, fui tomada por um sentimento de curiosidade, uma voracidade, aquele sentimento que te faz devorar o livro em questão de horas, contudo, quando li Em Chamas eu estava temerosa, eu lia cada frase com um cuidado extremo, a cada capítulo eu esperava que algo ruim acontecesse, eu lia cada página com uma ansiedade contida, um medo monumental do que viria a seguir, e nem mesmo isso foi suficiente para abrandar a minha dor ao terminar esse livro.
Suzanne não poupa palavras na hora de criar seus personagens, principalmente os tributos, não é como no primeiro livro, onde sabemos muito sobre os competidores dos jogos, esses tributos são misteriosos, e isso me deixava cada vez mais curiosa e instigada a saber mais coisas sobre seu passado, porém, isso é uma falha do leitor, pois, você se apega ao personagem sabendo que ele irá morrer. A autora também acertou ao criar um vilão como o Presidente Snow, geralmente, eu tenho uma paixão imensa por vilões, contudo, esse em questão gerou o meu ódio, em todas as suas aparições eu desejava que ele sofresse, que a Katniss o fizesse pagar por tudo, que ela o manipulasse, esse vilão é uma exceção, ele possui todo o meu ódio.
Eu passei o começo inteiro do livro ansiando pelos jogos, eu queria novamente ação, eu queria novamente a arena, e fiquei um tanto quanto perturbada com isso, sendo sincera, a arena de Jogos Vorazes é brincadeira de criança perto desse livro, a criatividade da autora é ilimitada, ela criou algo tão incrível e ao mesmo tempo tão tenebroso que eu fiquei admirada, quando você entende como ela funciona fica maravilhado, pois, é ao mesmo tempo óbvio, inteligente e singular.
No decorrer da história você começa a ler tudo com muito cuidado, pois, você passa a imaginar qual será a bomba que a autora irá jogar em suas mãos, ela prende a sua atenção e deixa o final de todos os capítulos com um gancho impossível de ser ignorado, você se sente obrigado a ler mais um capítulo, a narrativa é viciante e a cada momento, você se torna mais ligado a história. A ação permanece até as últimas linhas, a autora nos faz ir do céu ao inferno em um mesmo momento, eu prendi a respiração e meus olhos percorriam as páginas velozmente, e então, talvez a realidade tenha sido pequena demais para abrigar o sentimento que me invadiu ao atingir determinado ponto do livro.
Seria ingenuidade minha esperar uma leitura calma desse livro, e ao terminá-lo eu simplesmente não sabia como reagir, a autora passa o livro inteiro jogando com seus sentimentos, ela sabe como manusear toda a história, a narrativa vai crescendo como o refrão de uma música, e então chega o momento final da história, e BOOM! Ela arremessa várias bombas ao mesmo tempo em nossa direção, e o fato é que eu mal conseguia assimilar tudo, eu não consegui acreditar que ela estava fazendo isso, que essa autora tinha a coragem de dar um passo dessa magnitude, eu reli os últimos capítulos inúmeras vezes porque é difícil acreditar no que ela fez, é surpreendente, doloroso, e inacreditável, é um choque.
Esse livro é muito mais do que eu esperaria, ele me ensinou que há sempre uma chance para as mudanças, que a sociedade só precisa de um empurrãozinho, de uma faísca, e que essa faísca pode libertar inúmeras pessoas, pode mostrar que há uma saída. Em Chamas é repleto de ação, e de momentos de partir o coração intercalados, você começa a desejar que tudo aquilo tenha um final feliz, que tudo dê um giro de 360° e o jogo mude de mãos, você começa a desejar justiça, e entre as lágrimas que o final desse livro me causou, só me resta acreditar que talvez haja sim algo possível, algo que ainda possa existir e salvar esse povo: a esperança.
Larissa Mirandah